A arte diz o indivisível; exprime o inexprimível, traduz o intraduzível
– Leonardo da Vinci –
O que será que passa pela sua cabeça, caro leitor, ao ler duas frases tão contraditórias ?
Um foi professor da escola de Bauhaus onde deixou a marca de uma arquitetura que prima pela clareza e aparente simplicidade. Outro é um arquiteto norte-americano vencedor do Prêmio Pritzker de 1991. Ele foi um crítico ferrenho da arquitetura moderna e é conhecido por suas polêmicas teorias defendendo uma arquitetura complexa e contraditória.
Quem é quem?
Bom, pelo pequeno histórico já dá para notar que a simplicidade está em Mies van der Rohe onde “menos é mais”. Usando a exclusão, o outro é Robert Charles Venturi.
Sim, estas citações são paradoxais.
Mas o ser humano é tão complexo e contraditório que estes conceitos se complementam ao meu modo de “respirar” e vivenciar design.
Vejo invariavelmente uma normatização e sistematização para o design – aqui inclui o Web Design, Design Gráfico e outros.
Sim, aqui devemos incluir as nossas regras internas.
O bom senso é fundamental. De que adianta usarmos tudo “combinadinho” mas que no final teremos um trabalho apagado e sem vida.
As vezes, chamar a atenção é “mais”, e em outras, delicadeza é “menos” e vice-versa.
Não existe a lâmpada mágica que nos conduzirá a criatividade. Existe sim, sonho e sensibilidade que nos dará a luz.
A combinação entre o processo criativo e a funcionalidade de um projeto é uma das maiores provocações que um designer enfrenta.
Muitas vezes, uma escolha esteticamente apelativa tem um efeito contraproducente em termos funcionais.
E o contrário também se sucede quando a funcionalidade se sobrepõe ao processo criativo, criando designs e interfaces enfadonhos e pouco producentes.
Para além de tudo isto, os critérios de funcionalidade e acessibilidade não são estéticos, e mudam com a evolução da tecnologia e da evolução natural do comportamento dos utilizadores.